PSICOLOGIA SOCIAL E IDEALISMO CONSTITUCIONAL NA PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930)

Emanuelly da Costa Moura Oliveira de Paula, João Guilherme Dobbins Couto, Kayque Figueiredo Machado, Roger Giovane Rodrigues

Resumo


Desde a Independência do Brasil, a história do Brasil é parcialmente responsável por um problema presente no cenário nacional, sendo elas a disparidade da Carta Magna apresentando o Brasil Legal e a realidade nacional sendo o Brasil Real. Hans Kelsen apresenta a teoria da Norma Fundamental, ela diz que na constituição deve apresentar um elemento jurídico mais elevado, entretanto, há casos nos quais existem problemas na própria constituinte por não levar aspectos culturais e psicológicos da população a fim de agradar a elites. Com isso, este trabalho busca analisar a relação entre a psicologia social e o idealismo constitucional, para tal, foram utilizadas pesquisas bibliográficas e documentais, com ênfase na Constituição de 1891, além de aspectos da cultura e psicologia social aplicadas ao contexto histórico da época. Como resultado, o idealismo constitucional presente em ambas as constituições de 1824 e 1891 basearam-se em uma concepção utópica da democracia, que não considerava a formação, cultura e necessidades do povo brasileiro, elementos incoercíveis, comprovando não haver fórmula pronta para a democracia. Sintetizando, o idealismo constitucional dos legisladores visível até meados da segunda metade do séc. XX, presente de maneira especial na Carta Magna de 1891, assim, por uma falta da compreensão detalhada de características culturais corroborou para o surgimento de níveis de ineficiência política nacional e a perpetuação da desigualdade social no país. Portanto, um entendimento culturológico e psicológico pode auxiliar a entender as consequências negativas de uma adesão acrítica a ideais abstratos e a importância de uma democracia participativa e inclusiva.

 

Palavras-chave: Psicologia Social. Direito Constitucional. Idealismo Constitucional. Primeiro República. Culturologia.


Texto completo:

Leia em
PDF

Referências


BOCK, Ana Mercês Bahia; TEIXEIRA, MARIA DE LOURDES T.; FURTADO, Odair. Psicologias: uma

introdução ao estudo de psicologia. 15. Saraiva Educação SA. 2019.

DA SILVA, Maria Coeli Nobre. O juiz social: postura exigida numa sociedade de desigualdades. Prim@ facie:

Revista da Pós-Graduaçao em Ciências Jurídicas, v. 4, n. 7, p. 164-183, 2005.

DE ARAÚJO, Bernard Goytacazes; RODRIGUEZ, Ricardo Vélez. A instabilidade política na primeira república

brasileira. Revista Estudos Filosóficos UFSJ, n. 3, 2017.

FIGUEIREDO, Fabio Vieira. Psicologia Jurídica: Interfaces com o Direito. Ed. Juruá. 2011.

FUHRMANN, Italo Roberto. História do Direito Constitucional Brasileiro–Elementos Históricos da Formação do

Pensamento Constitucional no Brasil. Revista Jurídica Portucalense, p. 101-130, 2018.

JOVCHELOVITCH, Sandra. Psicologia social, saber, comunidade e cultura. Psicologia & sociedade, v. 16, p.

-31, 2004.

LINHARES, Maria Yedda et al. (10. Ed.). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990.

LOURENÇO, Lúcio Augusto Pimentel. Teoria Pura do Direito (segundo o pensamento de Hans Kelsen).

JURISMAT, n. 10, p. 22-22, 2017.

PATTO, Maria Helena Souza. Estado, ciência e política na Primeira República: a desqualificação dos pobres.

Estudos avançados, v. 13, p. 167-198, 1999.

QUINTANEIRO, Tania. Émile Durkheim. QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, ML de O.; OLIVEIRA, MGM

de. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim, Weber. UFMG, 2003.

SILVA, Rosane Azevedo Neves da. A invenção da psicologia social. ABRAPSO, 2021.

TEIXEIRA, João Paulo Allain. Idealismo e realismo constitucional em Oliveira Viana: análise e perspectivas.

Revista de Informação Legislativa, v. 34, n. 135, p. 99-118, 1997.

THENÓRIO, Iberê; FULFARO, Mari. O GRANDE LIVRO DE HISTÓRIA DO MANUAL DO MUNDO. 2021. p.

-430

VIANA (Oliveira). - Instituições Políticas Brasileiras. Livraria José Olympio Editora. Rio de Janeiro. 1949. 2 vols.

+256p




Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.