SISTEMAS FAMILIARES VIOLENTOS: Por que as mulheres permanecem nesta relação?

Adriana Micaeli Gomes Rocha Fernandes, Priscila Maciel Carreta

Resumo


O artigo aborda a complexa questão da permanência de mulheres em relações familiares violentas, apesar dos avanços no empoderamento feminino e das leis de combate à violência doméstica. O estudo destaca a importância de compreender as motivações subjacentes a essa realidade para desenvolver estratégias eficazes de intervenção. O ciclo da violência doméstica envolve tensão, explosão e reconciliação. A dependência emocional, financeira, os filhos, o medo, ausência de apoio e a crença de que a mulher é responsável pela violência são fatores que influenciam a permanência das vítimas em relacionamentos violentos. A Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio foram criadas para combater à violência contra as mulheres, mas a impunidade dos agressores e a persistência de fatores que levam ao feminicídio ainda são desafios. A terapia sistêmica é apresentada como uma ferramenta transformadora, destacando a importância da empatia e assertividade nas relações familiares. O artigo trata-se de uma pesquisa exploratória que utiliza métodos qualitativos, como revisão bibliográfica, por meio de livros e artigos que abordam os fatores que influenciam a permanência das mulheres em relacionamentos violentos. Foram utilizadas as bases de dados: SciELO - Scientific Electronic Library Online; O portal de Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC); BVS Psicologia Brasil. Conclui-se que para combater eficazmente a violência doméstica, é crucial criar uma maior consciência acerca dos direitos das mulheres sobre seus corpos e vidas, assim como, intervenções interdisciplinares no sistema jurídico, na saúde pública e educação, para promover a igualdade de gênero e prevenir a violência doméstica.


Palavras-chave


Psicologia. Violência doméstica. Terapia Sistêmica.

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