AS CONTROVÉRSIAS CIENTÍFICAS DA PRÁTICA DA LOBOTOMIA: Uma discussão sobre a ética

Maria Eduarda Muniz dos Santos Michkinis, Emanuelly da Costa Moura Oliveira de Paula, Kayque Figueiredo Machado, André Tomaz Terra Junior

Resumo


Diversas intervenções cirúrgicas já foram criadas para curar as doenças mentais, durante esse processo surgiu um procedimento cirúrgico destinado a tratar transtornos graves sendo batizado de lobotomia. O presente artigo busca analisar desde o surgimento da lobotomia até sua rejeição pela comunidade científica, examinando os principais fatores que contribuíram para sua polêmica e seu posterior declínio como procedimento médico. Este estudo, de caráter bibliográfico, utiliza uma abordagem histórica e analítica para examinar o desenvolvimento e aplicação dessa psicocirurgia, por meio de uma revisão de literatura de 11 artigos científicos, encontrados pelos sites de busca Google Acadêmico, SciELO, Jstor, Periódicos Capes e PubMed com o intuito de coletar dados históricos sobre esta cirurgia, na qual essa pesquisa ocorreu durante os meses de agosto a novembro de 2023. Os resultados destacam que a lobotomia era promovida como uma inovação médica, porém logo enfrentou críticas devido à falta de base científica em razão dos efeitos colaterais que acometiam os pacientes. Conforme terapias mais seguras e eficazes surgiram e se desenvolveram, esta psicocirurgia parou de ser realizada, evidenciando a importância da pesquisa científica junto à ética na evolução das práticas médicas, a fim de evitar potenciais consequências para os pacientes submetidos a procedimentos médicos

Palavras-chave


Psicocirurgias; Leucotomia; História da Medicina; Bioética; História da Ciência.

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